segunda-feira, 20 de outubro de 2014

10 Mulheres Brasileiras que se foram mas merecem ser lembradas – PARTE 1

     Você provavelmente conhece os feitos de Machado de Assis, Antônio Conselheiro, Lampião, Tiradentes, Luís Carlos Prestes... e por aí vai uma lista quilométrica de grandes homens envolvidos na construção histórica brasileira. Mas você conhece a contribuição de mulheres ilustres que compõem a história desse mesmo Brasil?
As vezes até estudamos algumas na escola, ou vimos algo no jornal, as vezes até pensamos "já ouvi esse nome..." E se você ouviu esse nome deve ter um motivo. Algo importante está por trás ou a frente disso.
Então, apresento a vocês 10 mulheres que deixaram sua marca na nossa pátria amada (algumas até ultrapassaram fronteiras), e merecem sempre um olhar digno de admiração! Gente, o baú foi descoberto agora vamos apreciar esse tesouro?!
PS: a lista não segue um critério de ordem.

     1. NÍSIA FLORESTA (RN, 1810 – 1885)
Dionísia Gonçalves Pinto era o nome verdadeiro dessa potiguar precursora dos ideais feministas no Brasil. Ela é reconhecida como a fundadora do feminismo no nosso país, e pasmem, também da América Latina!!! (Don’t cry for me Argentina...! hehe, sorry, não pude me conter!).
Nísia foi uma célebre pensadora, educadora, escritora, poetisa, e mesmo no início do século XIX, com uma sociedade dominada pela supremacia masculina tanto nos ramos públicos quanto privados, ela ainda publicava seus textos nos jornais da época! 
Quer mais? Além de ser defensora das mulheres, ela acumulava o atributo de ativista pelos direitos indígenas e abolição da escravatura!
Seu livro “Direito das mulheres e injustiças dos homens” de 1832 é considerado um marco pioneiro na luta pela igualdade de gênero. Na obra Nísia propõe uma reforma na educação que valorizasse o papel da mulher como agente de transformação na sociedade. De fato, uma mulher a frente do seu tempo. Obrigada Nísia!

     2. MARIA QUITÉRIA (BA, 1792 – 1853)
Como tô valorizando a memória de brasileiras, vou inverter a coisa e dizer que, Joana D’arc foi a Maria Quitéria francesa (ela é sempre citada como a Joana D’arc brasileira, google it).
Maria Quitéria foi uma militar que se destacou na Guerra da Independência do Brasil contra o império português.
 Quando leio sobre Maria Quitéria logo me vem a mente a história da Mulan, olha só porquê. Nossa heroína brasileira se voluntariou para a guerra pois não tinha irmãos (sentido de varão mesmo) e seu pai já idoso era incapaz de prestar serviços militares. É lógico que seu pai não aceitou a participação da filha nessa loucura, ora essa, filha minha na linha de fogo? Pois bem, ela fugiu de casa, cortou as madeixas, se vestiu de homem , inventou um nome (Soldado Medeiros), e ingressou na batalha! Sentiram a semelhança? Ahn ahn?
Pouco tempo depois o pai da moça descobriu a presepada e foi lá no Batalhão denunciar a filha. Eis que o Major defendeu a presença da Maria Quitéria devido a seu notável desempenho e desenvoltura!!
Sério, uma mulher que lidou com tiro, porrada e bomba num ambiente só com homens por todo lado, e ser a melhor nisso, é ou não é digna de todo nosso respeito???
Subversiva, rebelde e guerreira, Maria Quitéria foi prestigiada e homenageada por todos que a conheceram, e que continue assim.
PS: O pai depois a perdoou.  :)



3. CHIQUINHA GONZAGA (RJ, 1847 – 1935)
O Dia Nacional da Música Popular Brasileira, celebrado em 17 de outubro, não foi escolhido por acaso, é o dia em que Chiquinha Gonzaga entoou seu primeiro chorinho ao vir ao mundo.
A compositora e instrumentista foi a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil! Chiquinha casou-se muito nova pela primeira vez (13 anos!) a mando de seu pai e sua realidade social era: um país escravocrata e extremamente patriarcal. Ela foi contra tudo isso.
Apesar das rigorosas imposições sociais para a mulher na época, ela se dedicou aos seus estudos na música e conquistou com mérito um lugar para chamar de seu. Lógico que com muita dificuldade, porque suas obras eram rejeitadas por simplesmente serem produtos de uma autora.
Atuou como figura importante na luta contra escravidão e na campanha pela proclamação da República. Seu estilo musical chegou a ser considerado vulgar e chulo. A mulher realmente causou nas elites brasileiras (hahaha me divirto imaginando a cara desse pessoal!)!  Embora tenha sofrido preconceitos e considerada subversiva (homem era revolucionário, mulher era subversiva), seu legado de composições é apreciado e respeitado até hoje, devido sua grande importância na nacionalização e popularização da música brasileira.
         Ó abre alas que eu quero passar....E ela passou. E sambou na cara da sociedade.
                                     
4. ANITA MALFATTI (SP, 1889 – 1964)
Pintora, ilustradora e professora, Anita foi precursora do Modernismo no Brasil. Anita contribuiu com um estilo artístico inovador e revolucionário para expressar a arte popular brasileira. Mas para ser reconhecida, nem tudo foram rosas. Essa mulher causou muito alvoroço na vida dos conservadores!
Em 1917 a artista realizou uma exposição individual e foi duramente criticada.  Nem só de Narizinho e Visconde de Sabugosa vivia Monteiro Lobato.  Na época o escritor também atuava como crítico de arte e teceu uma severa teia de reprovação à inovação artística apresentada por Anita. Suas obras foram devolvidas, algumas destruídas tamanha a repercussão da crítica publicada na imprensa. O Brasil não estava preparado para você ainda Anita.
Daí que aconteceu a Semana de Arte Moderna de 1922 regada a muito babado e confusão nas terras paulistas, e Anita permaneceu lá, juntamente com sua patota (Grupo dos Cinco), defendendo sua arte.
A determinação de Anita é admirável, mesmo diante de tanta adversidade e rejeição, ela não se reduziu a pó para agradar a opinião alheia. Já cantava a diva Whitney Houston “Cause I'll never change all my colors for you...” (lide com isso!). Ela sabia do seu valor. Sua maior obra de arte foi dar cores a ousadia.

5. BERTHA LUTZ (SP, 1894 – 1976)
Bióloga especializada em anfíbios. Sim, você leu certo. Isto prova que não somos o que trabalhamos, somos o que construímos.
Bertha Lutz foi a segunda mulher a ingressar no serviço público brasileiro em 1919, o que lhe despertou profundo interesse pela luta de igualdade de gênero. O seu foco: sufrágio feminino.
Em 1922 as mulheres brasileiras foram dignamente representadas por Bertha na assembleia geral da Liga das Mulheres Eleitoras nos Estados Unidos, "só" a organização mais importante da América a defender o direito da mulher ao voto.
Devido a sua incessante luta pelos direitos da mulher, a influência política de Bertha foi crescendo até que lhe foi contemplada a oportunidade de  participar da Comissão de Redação do Anteprojeto da Constituição de 1934. Meus/Minhas colegas, deixa eu intensificar,  apenas DUAS mulheres foram ouvidas por essa comissão em 1932 (a outra participante foi Nataercia da Silveira)!!
Com as manifestações e reivindicações, o direito de voto feminino foi assegurado em 24 de fevereiro de 1932, através de decreto-lei no governo de Getúlio Vargas. Bertha conquistou uma cadeira como Deputada Federal. Finalmente a chegada das mulheres no cenário político foi celebrada!!
A progressista colaborou para que muito machista engolisse sapo mesmo! 

Incríveis e Inspiradoras!
Espero que tenham gostado dessa seleção de mulheres espirituosas (não foi nadinha fácil de escolher, acreditem!).
Em breve postaremos a segunda parte! Aguardem!
E aí, o qual sua opinião sobre a primeira parte da lista? Conhecia todas essas queridas?
Queremos saber! ^^

 
Comentem, compartilhem e acompanhem nossas postagens!! <3

 
Por: NFM/Agridossiê

 


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