Você provavelmente conhece os feitos de Machado de Assis, Antônio
Conselheiro, Lampião, Tiradentes, Luís Carlos Prestes... e por aí vai uma lista
quilométrica de grandes homens envolvidos na construção histórica brasileira.
Mas você conhece a contribuição de mulheres ilustres que compõem a história
desse mesmo Brasil?
As vezes até estudamos algumas na escola, ou vimos algo no jornal, as
vezes até pensamos "já ouvi esse nome..." E se você ouviu esse nome deve ter
um motivo. Algo importante está por trás ou a frente disso.
Então, apresento a vocês 10 mulheres que deixaram sua marca na nossa
pátria amada (algumas até ultrapassaram fronteiras), e merecem sempre um olhar digno
de admiração! Gente, o baú foi descoberto agora vamos apreciar esse tesouro?!
PS: a lista não
segue um critério de ordem.
1. NÍSIA FLORESTA (RN, 1810 – 1885)
Dionísia Gonçalves
Pinto era o nome verdadeiro dessa potiguar precursora dos ideais feministas no
Brasil. Ela é reconhecida como a fundadora do feminismo no nosso país, e
pasmem, também da América Latina!!! (Don’t cry for me Argentina...! hehe,
sorry, não pude me conter!).
Nísia foi uma célebre
pensadora, educadora, escritora, poetisa, e mesmo no início do século XIX, com
uma sociedade dominada pela supremacia masculina tanto nos ramos públicos
quanto privados, ela ainda publicava seus textos nos jornais da época!
Quer mais? Além de
ser defensora das mulheres, ela acumulava o atributo de ativista pelos direitos
indígenas e abolição da escravatura!
Seu livro “Direito das mulheres e injustiças dos
homens” de 1832 é considerado um marco pioneiro na luta pela igualdade de
gênero. Na obra Nísia propõe uma reforma na educação que valorizasse o papel da
mulher como agente de transformação na sociedade. De fato, uma mulher a frente
do seu tempo. Obrigada Nísia!
2. MARIA QUITÉRIA (BA, 1792 – 1853)
Como tô valorizando a
memória de brasileiras, vou inverter a coisa e dizer que, Joana D’arc foi a
Maria Quitéria francesa (ela é sempre citada como a Joana D’arc brasileira,
google it).
Maria Quitéria foi uma
militar que se destacou na Guerra da Independência do Brasil contra o império
português.
Quando leio sobre Maria Quitéria logo me vem a
mente a história da Mulan, olha só porquê. Nossa heroína brasileira se
voluntariou para a guerra pois não tinha irmãos (sentido de varão mesmo) e seu
pai já idoso era incapaz de prestar serviços militares. É lógico que seu pai
não aceitou a participação da filha nessa loucura, ora essa, filha minha na
linha de fogo? Pois bem, ela fugiu de casa, cortou as madeixas, se vestiu de
homem , inventou um nome (Soldado Medeiros), e ingressou na batalha! Sentiram a
semelhança? Ahn ahn?
Pouco tempo depois o pai
da moça descobriu a presepada e foi lá no Batalhão denunciar a filha. Eis que o Major defendeu a presença da Maria Quitéria devido a seu notável desempenho e
desenvoltura!!
Sério, uma mulher que
lidou com tiro, porrada e bomba num ambiente só com homens por todo lado, e ser
a melhor nisso, é ou não é digna de todo nosso respeito???
Subversiva, rebelde e
guerreira, Maria Quitéria foi prestigiada e homenageada por todos que a
conheceram, e que continue assim.
PS: O pai depois a
perdoou. :)
3. CHIQUINHA GONZAGA (RJ, 1847 – 1935)
O Dia Nacional da Música Popular Brasileira,
celebrado em 17 de outubro, não foi escolhido por acaso, é o dia em que Chiquinha
Gonzaga entoou seu primeiro chorinho ao vir ao mundo.
A compositora e instrumentista foi a
primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil! Chiquinha casou-se muito nova
pela primeira vez (13 anos!) a mando de seu pai e sua realidade social era: um
país escravocrata e extremamente patriarcal. Ela foi contra tudo isso.
Apesar das rigorosas imposições sociais
para a mulher na época, ela se dedicou aos seus estudos na música e conquistou
com mérito um lugar para chamar de seu. Lógico que com muita dificuldade,
porque suas obras eram rejeitadas por simplesmente serem produtos de uma
autora.
Atuou como figura importante na luta contra
escravidão e na campanha pela proclamação da República. Seu estilo musical
chegou a ser considerado vulgar e chulo. A mulher realmente causou nas elites
brasileiras (hahaha me divirto imaginando a cara desse pessoal!)! Embora tenha sofrido preconceitos e
considerada subversiva (homem era revolucionário, mulher era subversiva), seu
legado de composições é apreciado e respeitado até hoje, devido sua grande
importância na nacionalização e popularização da música brasileira.
Ó abre alas que eu quero passar....E
ela passou. E sambou na cara da sociedade.
4. ANITA MALFATTI (SP, 1889 – 1964)
Pintora, ilustradora e
professora, Anita foi precursora do Modernismo no Brasil. Anita contribuiu com
um estilo artístico inovador e revolucionário para expressar a arte popular
brasileira. Mas para ser reconhecida, nem tudo foram rosas. Essa mulher causou
muito alvoroço na vida dos conservadores!
Em 1917 a artista realizou
uma exposição individual e foi duramente criticada. Nem só de Narizinho e Visconde de Sabugosa
vivia Monteiro Lobato. Na época o
escritor também atuava como crítico de arte e teceu uma severa teia de
reprovação à inovação artística apresentada por Anita. Suas obras foram
devolvidas, algumas destruídas tamanha a repercussão da crítica publicada na
imprensa. O Brasil não estava preparado para você ainda Anita.
Daí que aconteceu a Semana
de Arte Moderna de 1922 regada a muito babado e confusão nas terras paulistas,
e Anita permaneceu lá, juntamente com sua patota (Grupo dos Cinco), defendendo
sua arte.
A determinação de Anita é
admirável, mesmo diante de tanta adversidade e rejeição, ela não se reduziu a
pó para agradar a opinião alheia. Já cantava a diva Whitney Houston “Cause I'll never change
all my
colors for you...” (lide com isso!). Ela sabia do seu valor.
Sua maior obra de arte foi dar cores a ousadia.
5. BERTHA LUTZ (SP, 1894 – 1976)
Bióloga especializada em
anfíbios. Sim, você leu certo. Isto prova que não somos o que trabalhamos,
somos o que construímos.
Bertha Lutz foi a segunda
mulher a ingressar no serviço público brasileiro em 1919, o que lhe despertou
profundo interesse pela luta de igualdade de gênero. O seu foco: sufrágio
feminino.
Em 1922 as mulheres
brasileiras foram dignamente representadas por Bertha na assembleia geral da
Liga das Mulheres Eleitoras nos Estados Unidos, "só" a organização mais
importante da América a defender o direito da mulher ao voto.
Devido a sua incessante
luta pelos direitos da mulher, a influência política de Bertha foi crescendo até que lhe foi contemplada a oportunidade de participar da Comissão de Redação do Anteprojeto da Constituição de
1934. Meus/Minhas colegas, deixa eu intensificar, apenas DUAS mulheres foram ouvidas por essa
comissão em 1932 (a outra participante foi Nataercia da Silveira)!!
Com as manifestações e reivindicações,
o direito de voto feminino foi assegurado em 24 de fevereiro de 1932, através
de decreto-lei no governo de Getúlio Vargas. Bertha conquistou uma cadeira como
Deputada Federal. Finalmente a chegada das mulheres no cenário político foi celebrada!!
A progressista colaborou para que muito machista engolisse sapo
mesmo!
Incríveis e Inspiradoras!
Espero que tenham gostado dessa seleção de mulheres espirituosas (não foi nadinha fácil de escolher, acreditem!).
Em breve postaremos a segunda parte! Aguardem!
E aí, o qual sua opinião sobre a primeira parte da lista? Conhecia todas essas queridas?
Queremos saber! ^^
Comentem, compartilhem e acompanhem nossas postagens!! <3
Por: NFM/Agridossiê
Nenhum comentário:
Postar um comentário